Pieces * Saudável eu

  
 O último ano não foi fácil. O que já vai a meio também não começou nada bem. De qualquer das formas, eu continuo a encontrar algum tipo de força interior que me faz seguir em frente. Na maior parte das vezes, sem nunca duvidar das escolhas que fiz nem olhar para o que ficou para trás. É como se eu fosse inquebrável. Tudo o que me fazem deixa marcas, mas não passa disso. São feridas que vão fechando, com o tempo, e que, por muito que não desapareçam, deixam de doer. É assim que me sinto. Vejo as marcas, mas elas já não doem. Não me fazem sentir saudades, muito menos mágoa.
   Estava habituada a aprender com cada passo que dou. A aprender com as lágrimas que caiam ou as facadas que fui levando. Agora aprendi a não parar por nenhum motivo. Simplesmente porque, no fim, poucas são as vezes que vale a pena parar de viver só para sofrer. Foi o que me aconteceu durante um ano. Demorei 365 dias a perceber, mas quando percebo, não há volta dar. Voltei a ser eu. Um novo eu. Talvez melhor, talvez pior. Mas um eu saudável. Que acorda feliz e que se deita feliz. Que sabe dar valor às coisas. Que não depende de nada nem de ninguém para sorrir. Era disto que o meu eu interior sentia falta. Sentia falta de sorrir por sorrir. E quando sorrio, tudo parece sorrir-me.
   Já sabemos que vida não é fácil, não é justa, não é perfeita, não certa, mas não tenho medo dela. Amiga dá o teu melhor, porque eu estou aqui para ficar e não vou desistir. Nunca mais. Muito menos como já o fiz anteriormente. Vou olhar-te nos olhos e enfrentar o que tiveres para mim. Vou olhar-te nos olhos a ti e a todos aqueles que se meterem no meu caminho. Desistir desta luta, é desistir de mim, e conhecendo-me como me conheço a tua tarefa, e a deles, não vai ser fácil. A partir de agora, só me fazem o que eu deixar. Tudo com um sorriso.









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