Pieces * Entre aspas
Nos últimos tempos, a minha preocupação tem sido encontrar alguém que cuide de mim, que me faça sentir bem e que me faça feliz. Nos últimos dias percebi que ninguém conseguirá cuidar de mim, enquanto eu não souber cuidar de mim mesma. Tenho de me resolver. Tenho de aprender a viver comigo. Só comigo. De certa forma começar de novo. Pegar no que restou de mim e construir a partir daí. Não dá para viver aos pedaços e esperar que o próximo os saiba juntar. Primeiro junto o que ainda cá está e depois junto com o que estiver para vir.
Na viagem que é a vida, perdi-me. Costumava ser forte, agora sou frágil. Costumava saber o que não queria, agora só sei o que quero. E esse querer não me deixa seguir em frente. É como se o meu coração tivesse parado de bater. Não totalmente, mas sim como era habitual fazê-lo. O que eu era virou lembrança. Uma lembrança que quero a todo custo recuperar. Esse é o meu objectivo agora. Ponho tudo o resto em stand-by. Tudo o resto não fará sentido enquanto não encontrar o velho eu.
Todos os dias sinto-o ainda mais próximo. Cada dia que passa, é como se o mundo estivesse preparado para me ajudar a cumprir a minha luta. As lágrimas já não caem. Ainda dói, mas dói cada vez menos. É como se cada parte de mim estivesse a acordar de um coma. Devagar e uma da cada vez. Já me tinha esquecido como era. There is no turning back now. Se alguma coisa mudar eu quero saber, e ter a certeza, que é para melhor. Não dou mais passos em falso. Não vou cair nos mesmos buracos. Não quero voltar atrás no tempo. Se tiver de ser de outra maneira, que assim seja.
De 3 coisas tenho a certeza:
vou escrever para o resto da vida, vou conseguir tudo o que quero e o amanhã vai ser sempre melhor do que o hoje.