Pieces * Os meus 25 anos
Já passou quase um mês desde o dia do meu aniversário e este ano festejei um quarto de século. É o meu dia preferido do ano. Sinto-me especial, sinto-me mais crescida e sinto-me nostálgica. Sem querer acabo por rever o meu último ano e todos os anos antes desse. Como mudei, como amadureci e como me tornei quem sou. Este ano senti-me especialmente orgulhosa, pela forma como encaro a vida hoje. Pela positividade com que vejo a maior parte dos dias e por tudo o que consegui em prol de mim e com todo o meu esforço. Não sou quem imaginava ser quando tinha os meus 15 anos, não diria que sou melhor, mas não me sinto desiludida, muito pelo contrário. Não me sinto realizada profissionalmente, mas sei que isso pode mudar a qualquer momento, basta não desistir dos meus sonhos e nunca parar de lutar. Não estou apaixonada, mas já percebi que isso já não é um prioridade. Para mim chega apaixonar-me por tudo o que faço e amar aquilo que já tenho. É algo que a idade me tem mostrado. Que as prioridades alteram-se, ao mesmo tempo que a tua visão sobre o mundo. Acho que agora valorizo as coisas certas. As futilidades reduziram-se ao mínimo. Consegui perceber que não posso viver na minha caixinha para sempre, há que arriscar, há que pôr em causa todos os limites impostos por mim a mim, há que ir perdendo o medo do desconhecido. Tenho de ser eu acima de tudo. Correcta comigo e com o resto. Tenho que acabar o dia sabendo que fiz o melhor e que dei o meu melhor e reconhecer quando não há mais nada que possa fazer. As pessoas vão e vêm. Só os que têm de ficar, ficam e não arredam pé. Arranjam tempo. Arranjam amor para dar. E eu aprendi a dar amor a esses e a mais ninguém. Percebi como organizar o meu tempo e saber partilhá-lo. Nestes 25 anos, eu já fui várias coisas. Já fui a menina de óculos, na mesa em frente à professora, de olhos atentos. Já fui a rapariga que se matava a estudar e que morria de medo do fracasso. Já fui um eu perdidamente apaixonado. Já me sentei num mesa de café e não abri a boca, por não saber o que dizer nem como o dizer. Já me senti perdida no meu primeiro dia de trabalho. Já derramei lágrimas por não saber como começar. Já fui a rapariga que quer desistir porque não saber como acabar a maldita tese. Já não sou nada disso. Mas tudo isso faz parte de mim. Hoje tenho dois empregos, nenhum deles na minha área, tenho um grupo de verdadeiros amigos, onde sei que sou aceite pelo que sou, não tenho namorado, acabei de comprar o meu primeiro carro, continuo a escrever, tenho ainda muito para dizer, e ainda não estou completamente satisfeita com alguns aspectos da minha vida e o meu objectivo daqui a um ano é estar um bocadinho menos insatisfeita.
Queria deixar mais um agradecimento a todos os que partilharam o seu tempo e o seu amor comigo no meu aniversário. Para alguns já não é novidade, outros acabaram de chegar. Espero que continuem por aí. Para o ano há mais, porque eu vou festejar até não conseguir apagar as velas.