Pieces * Killing time

   O tempo é muito relativo. O tempo que alguém passa na nossa vida. Um segundo pode parecer eterno. Uma eternidade pode ser um segundo. Tudo depende de quem, onde, quando e porquê. Tudo tem uma hora para acontecer. Quando não acontece, já era. O tempo rouba o significado. Rouba o momento, as futuras recordações e os arrependimentos saudáveis. Obriga-te a ficar na dúvida. Mostra-te que já é tarde de mais e que só te resta esperar, esperar que alguém invente a máquina do tempo. 
   É aí que declaras guerra a ti mesma e ao tempo. Prometes vingar-te. Mas de que vale a vingança se estava tudo lá e tu não viste? Ninguém tem culpa. Não tens como te vingar. Não há para quem dirigires esse sentimento. Então esperas. Esperas que o que partiu, volte, ou que o tempo te dê outra oportunidade. Sim, porque os caminhos encontram-se, nem sempre, mas quando tem de ser. Quando tem de ser, será. Sempre assim foi. Sim, porque eu não acredito que as coisas aconteçam por acaso. Tudo acontece por uma razão e com uma razão. Nem sempre óbvia. Revela-se com o tempo. E cá está ele. 
   Há dias bons e dias maus. Viver com isso é fácil. O sentimento que surge quando percebes que o tal dia perfeito acabou, que não aproveitaste cada pedaço, que não gravaste todas as cenas, que não vais conseguir lembrar-te de tudo para sempre, é esse sentimento que te mata por dentro.


  

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