Pieces * Dark side



   Todos nós temos um lado obscuro. Um lado que até nós temos medo de conhecer. Quando o caracterizo como obscuro não me refiro assim por ser mau, mas sim por ser desconhecido. Apesar de termos a certeza do que o habita, preferimos pensar que não. É como se o facto de o admitirmos, o torna-se real e isso assusta-nos. 

  O meu lado obscuro está carregadinho de sentimentos errados, dúvidas existenciais, sonhos secretos, desejos proibidos e verdades inconvenientes. Em determinadas alturas consigo lidar com a sua existência, como se fosse a resolução para todos os meus problemas. O que era obscuro brilha, agora, mais do que o sol. Estas determinadas alturas duram apenas breves segundos, como se o sol apenas tivesse espreitado através de uma nuvem e tivesse sido escondido por outra logo a seguir. Não sei se sabem ao que me refiro?
   É como um momento de alucinação. Quando acaba, dói. Por muito que desejasses ser louca para o resto da vida, sabes que tens de levantar a cabeça e admitir que não foi nada. Aquele nada que é tudo. O nada que te persegue. O nada que se fosse nada não te fazia perder horas de sono ou mesmo horas de outro tipo de coisas. O nada que me faz sentar nesta cadeira e escrever sobre nada. O nada que eu quero que continue a ser nada. Um verdadeiro nada. Não o meu tipo de nada.


 (em 5 minutos)

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