
Terá o amor um limite? Um ponto final? Um momento em que tudo deixa de fazer sentido ou onde tudo deveria de deixar de fazer sentido? Conseguimos perceber quando, onde e como? É possível amar sem que nada tenha passado de um sentimento sem significado? Sem acções, sem momentos, sem amor? Onde, por muito que tudo o que faças seja perfeito, nada parece certo? Fazes o impensável, pensas o impossível, tornas o teu mundo interior num monte de coisas confusas, expressas o ridículo, transpões a realidade, reescreves a história vezes e vezes sem conta, respiras sem saber se vale a pena. É este o limite? Ou é quando não há mais nada para fazer? Quando acordas do sonho e vês que era apenas isso, um sonho? Quando percebes que por muito que continues a caminhar, este caminho não tem fim nem se torna mais fácil à medida que avanças? Amar é assim tão estúpido? É estúpido ao ponto de ignorares tudo e todos? De desiludires alguém especial? De transformares a tua vida num poço escuro e sem fundo? É estúpido ao ponto de ter de ser alguém a acordar-te do pesadelo aos berros?
Parece que sim. Há amores estúpidos ao ponto de terem de ser os outros a provarem-te por A+B que não vale a pena, que nunca valeu, que só fez mal e que nunca vai fazer bem. Afinal há coisas que são para nunca. Ainda bem que eu nunca gostei de príncipes e de histórias com finais felizes. Que nunca achei que desistir é para os fracos e que nunca acreditei que quando dás, recebes. E quando tudo chega ao fim, percebes que nunca houve um início.