Pieces * A religião e eu


Este é um assunto sensível: a religião. Há muito tempo que não sinto nenhum tipo de ligação ou necessidade em acreditar em alguém superior que comande e promova o bem. Enquanto fui crescendo e amadurecendo fui pondo em causa e discordando de muitos dos princípios da religião católica e o cepticismo presente na minha personalidade também não permitiu que eu continuasse a acreditar em algo que não podia ver ou comprovar. Como acredito no amor, independentemente dos pormenores, como acredito na liberdade de expressão e de escolhas, não estaria a seguir alguns dos ensinamentos da religião sob a qual fui educada. E assim percebi que era agnóstica. O agnosticismo é uma visão filosófica que admite a incapacidade humana de atribuir o valor de verdade a determinadas reivindicações, religiosas ou metafisicas, ou seja, admite que a razão humana é incapaz de justificar, através de fundamentos racionais, quer a existência quer a inexistência de Deus. É uma abordagem céptica da religião. É a minha abordagem. Tendo em conta que existem dois tipos de agnósticos, os que não acreditam em divindades, mas não negam a sua existência (ateus agnósticos), e os que acreditam que existe, mas não afirmam saber isso (teístas agnósticos), eu encaixaria-me na primeira categoria. Não acredito que exista, mas não me considero dona da razão. A verdade é que a religião é algo que não faz parte da minha vida. Não encontro um lugar para ela nos meus dias. Respeito os que acreditam em alguém ou em alguma coisa. Sou tolerante, excepto em casos de fanatismo religioso, simplesmente porque o fanatismo não deixa espaço para a liberdade e para aceitação da diferença. E eu acredito nisso, acima de tudo. Não quero casar pela igreja, mas não sei vou baptizar os meus filhos ou se os vou levar à catequese. Não quero "obrigá-los" a seguir determinada religião, mas também quero afastá-los de uma crença só porque eu o fiz. São assuntos que terão de ser bem ponderados quando a altura chegar, mas são perguntas que me vão ocorrendo de vez em quando e que ainda não me sinto capaz de responder. 



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