Pieces * O que me resta
Por muito que eu faça ou por muito que eu deixe de fazer. Parece não adiantar de nada a minha mudança de atitude. A minha vontade de encontrar alternativas e respostas. O facto de eu contrariar-me. Contrariar toda a minha natureza. Ou de ser fiel a mim. Ser eu própria, sem medos ou filtros. O fim tende sempre a ser o mesmo. Um fim antecipado, carregado de perguntas. É como se um ano não tivesse passado. Como se a vida tivesse recuado. Sinto-me exactamente igual. Como se nada tivesse aprendido. Fico sempre aqui. Sem saber o porquê de ainda aqui estar. E sei que assim ficarei por muito tempo. Porque não sei como lidar com as perguntas e com o fim das coisas. O que continua a passar é o tempo. Passa por mim. E não me leva com ele. Apenas me fez perceber que não adianta. Não adianta tentar perceber. Só me resta pegar nas perguntas e deixá-las ir com o tempo. Cheguei a uma fase na vida, que pouco mais me importa senão aqueles que me fazem bem e me trazem bem. Não quero mais do que isso. Quero quem em valorize. Valorize a minha presença, personalidade e beleza interior. Que respeite as minhas vontades. Que ouça os meus desabafos. Que me queira conhecer no meu todo. A muralha que construí, não volta a cair tão cedo. Não me resta mais nenhuma jogada. Fico por aqui, por enquanto, até que tenha para onde ir.