Pieces * O "diferente"
A minha mãe educou-me a ser tolerante. A aceitar o que é diferente e a aprender com isso. A ter uma opinião sobre tudo, sabendo avaliar os vários pontos de vista, sem julgar. É o que muitos não sabem. Conviver sem julgar. Ou pelo menos tentar fazê-lo. O que acaba por acontecer é que os limites são ultrapassados e o espaço do outro é invadido. Ainda crescemos com ideias pré-concebidas que nos comandam durante a nossa vida e a necessidade de compreender cada pormenor, faz com que as pessoas falhem umas com as outras. Com que coloquem demasiadas perguntas. O que é diferente é errado, assim concluem. Seja uma diferente religião, orientação sexual ou uma opinião sobre o mais insignificante assunto. Acho incrível como é que no século em que estamos, as pessoas ainda não se saibam respeitar. Não saibam opinar sem ferir ou magoar. Se todos nos respeitássemos, mesmo não nos entendendo, acabaríamos por nos conhecer um pouco melhor. Acho que caminhamos para isso. Caminhamos para uma melhor compreensão do outro, sem que tenhamos de concordar com ele. Um respeito pela diferença e pelo que é diferente, considerando o que esperávamos se lá estivéssemos nós. Acredito que as pessoas deveriam ser livres, verdadeiramente livres. Acredito que devem amar quem quiserem e demonstrarem-no quando bem entenderem. Acredito que cada um deve ter fé. Em si ou em alguém superior. Que ninguém é o dono da razão. O mais errado é aquele que a procura. Acredito que todos temos o direito de nos fazer ouvir e de fazer valer a nossa opinião sobre as coisas. Alimentando a diversidade e a singularidade de cada um. Aceitem-se como são e aceitem os outros como eles são. Aceitem a diferença e procurem saber mais, conhecer melhor. Isto é crescer e evoluir. E, acreditem, o que é diferente é bom.