Pieces * Com amor
Quem serei eu para falar de amor. O amor que nos enche os dias de emoções fortes. De sentimentos extremos. Há algum tempo que já não sei o que é isso do amor. Mas estou bem, porque existem alturas da vida em que temos de estar sem esse tipo de amor para valorizar os restantes, principalmente o amor próprio. Mas este tema não é para aqui chamado. Hoje é o dia dos namorados, dos casados, dos coloridos. O dia em que, oficialmente, se partilha o máximo de amor possível. Eu aprecio isso com um sorriso verdadeiro. Fico feliz por todos aqueles que têm alguém ao seu lado pelo qual se apaixonam todos os dias. Sorrio, porque também já soube o que sentir-me assim e relembro-o com carinho. Sou da opinião de que não se vive de verdade até ao momento em que alguém aprende a apreciar a beleza da nossa alma e do nosso corpo. E basta uma vez, basta um bocadinho desse amor, para que a vida seja vivida de outra maneira. Não vou dizer que não tenho saudades de partilhar a minha vida com alguém, porque estaria a mentir. Sim, sinto saudades. Da cumplicidade e do desejo que só duas pessoas apaixonadas conseguem partilhar. Mas não sinto saudades neste dia em particular. Sinto-o em determinados momentos, onde, sem querer, desejo tê-lo com alguém. Sem pressa. Em silêncio. Aqueles momentos em que falta algo. Em que falta o toque. A respiração acelerada. As mãos dadas. E os beijos que fazem as borboletas parar de bater as asas... Por isso, namorados, aproveitem o vosso dia, com amor. Já eu, e porque até é sábado, vou juntar as amigas, vestir o meu melhor vestido e dançar até de manhã.