Pieces * Olá desilusão!

Tenho perfeita consciência qual a minha principal falha como ser humano. O meu ponto  fraco. O meu erro. Vezes e vezes sem conta. Passo a vida a adiar desilusões: Crio expectativas. Ignoro os sinais e o meu instinto. Arranjo desculpas, motivos e razões. Crio imagens. Faço que não vejo. Faço de conta que me passou ao lado. Adapto a realidade e mentalizo-me do novo presente. Quando acordo, a desilusão continua à minha espera. Por breves instantes. Acena-me. E cá estou eu outra vez. Incrível como existe aquele buraco que caímos sempre. Sabemos o sitio exacto, fazemos os cálculos, mas caímos de todas as vezes que por ele passamos. Na maior parte das vezes parece que quero cair. Que faço de tudo para me espatifar no chão. Que sou eu que aceno e grito pelas desilusões. "Olá desilusão! Sabes que estou feliz há muito tempo, não te estás a esquecer de mim, pois não?" É algo do género.
 

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