Pieces | Planeta Terra
O nosso planeta. Cada vez mais vandalizado, magoado, destruído por nós. Sem olhar a meios para atingir fins. Pedimos-lhe demais. Cada vez mais. Abusamos, sem peso nem medida. Poluímos o ar que respiramos. Lá vão as florestas e os mares. No limite. Sem limites. Porque nada é suficiente. Porque de outra maneira fica mais caro, demora mais, custa mais. Vivemos, cada um de nós, focados no nosso bem-estar, centrados no nosso umbigo, e desengane-se quem pensa o contrário. Errámos e continuaremos a errar. Porque parece impossível ser e viver de outra forma. Continuamos a deitar lixo para o chão. A deixar a torneira aberta. A deixar a luz acesa. Não reciclamos, não reutilizamos e não reduzimos. Sempre à espera que alguém nos tire deste ciclo sem fim. Que nos salve a nós e ao nosso planeta. Não somos ninguém para apontar o dedo. Quando acertamos, seguimos com o passo errado. Talvez comece assim, pelos pequenos passos, uns certos, outros errados. Talvez comece em cada um de nós. Combatendo o consumo excessivo em todos os sentidos. Porque se cada um de nós aprender a respeitar o planeta, acabaremos todos por salvá-lo.
Este sábado vi um programa na TV que mexeu comigo ao ponto de me deixar lavada em lágrimas. Falava da colónia de lobos-marinhos no mar de Cortez, conhecido também como golfo da Califórnia, refúgio para milhares de espécies marinhas. Foi muito difícil perceber como o egoísmo humano pode ser. São inúmeros os casos em que os lobos-marinhos ficam presos em redes e anzóis, porque não são respeitadas as leis de pesca ou porque esta é praticada demasiado próxima das colónias. O turismo é explorado até ao limite. O mergulho é outra das actividades praticadas neste local, cada vez mais regular e com um maior número de turistas, violando e desrespeitando o habitat dos animais, em especial dos lobos-marinhos e dos tubarão-baleia, que estão agora em risco de extinção. Por puro egoísmo. Porque queremos conhecer todas as realidades, para conhecermos o sentimento de nadar com animais selvagens e entrar na sua casa, sem dó nem piedade. A imagem de um desses animais com uma rede de pesca enrolada à volta do pescoço é desconcertante e revoltante. Mas este é só um dos tantos exemplos. Temos mesmo de fazer alguma coisa. Precisamos mesmo de fazer alguma coisa. Se não o planeta que tão bem conhecemos, deixará de existir.