Pieces | Naivety
Que saudade de poder ser ingénua. Da inocência da tenra idade. De poder cair ao caminhar. Da leveza dos dias característica que quem nada teme. De quem os medos não passam de becos sem saída, sempre com alternativas. Do início de dia tardios. E dos dias sem fim. Das conversas fúteis e dos segredos partilhados por entre copos e cafés. Das mesas cheias de energia e planos para o amanhã. Planos mal organizados e que não passam de ideais de quem vive a vida sem o peso da responsabilidade. Com prioridades trocadas. De quem ri sem razão. De quem ainda não conhece maldade. Com aventuras constantes. Que respira de adrenalina e de promessas por cumprir. Que chega, sem nada querer conquistar. Que dança no meio da pista, abstraído dos olhares alheios. Que diz o que pensa sem medir as palavras. Que deixa as consequências para lidar depois. Onde o tempo pode ser perdido. Em discussões sem sentido e cusquices sobre terceiros. Que não bebe chá. Nem precisa de 8h de sono. De quem não tem pressa de ser crescido. Para quem a noite é sempre uma criança. Que sempre promete e traz histórias para contar. Que as dúvidas não são mais do que perguntas para serão respondidas amanhã. Sem pressas. Que saudade de quase tudo isto - porque crescer é f*!