Pieces | Ano velho


Chegou o fim do ano e entramos, inevitavelmente, em modo de balanço. O que faltou, o que falhou, o que de melhor houve... A verdade é que o fim do ano, não passa apenas do fim de mais um ano. Onde pouco ou nada mudou. Apenas envelhecemos ou amadurecemos mais um ano, dependendo da forma como queiramos olhar para a coisa. Provavelmente, no final do dia,  continuamos a carregar aos ombros aquele emprego. De certeza que não nos inscrevemos no ginásio, não fomos mais saudáveis nem dormimos as 8 horas recomendadas todas as noites. Chegamos ao final de todos os 12 meses a contar os poucos euros na conta bancária. Mantivemos a rotina de que tão fartos estamos. Não viajamos mais. Não lemos mais. Não amámos mais. Não poupámos mais. Falhámos muitas vezes, muito mais do que as que queríamos. E ficou tanto por dizer e por fazer. O ano acaba com as promessas e resoluções quase todas por cumprir. Acaba sempre assim. Com a esperança de que o novo ano traga mais esperança, mais vontade e mais coragem. O que o ano velho não trouxe. E quando derem as 12 últimas badaladas deste ano, o nosso único desejo vai ser que o próximo ano seja tão bom como o que acaba, porque apesar de tudo, não faltaram momentos para sorrir. Apesar dos dias difíceis, de todas as lágrimas que caíram, das discussões e desentendimentos, na contagem decrescente, só temos espaço para os sorrisos e os abraços apertados. Porque, às vezes, é preciso bem mais do que um novo ano para que a vida mude, caso contrário acordávamos no novo ano perdidos e com saudades do ano que passou.



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