Pieces * Sem amor
É possível ficar-se vazia de amor? Vazia daquele frio que provoca calores? Daquela vontade insaciável? Perder-se a chama? O propósito da vida? É-se capaz de reaprender o que é tudo isso? Como? São as perguntas que enchem a minha alma. Não pela preocupação exagerada de encontrar uma resposta, mas pela curiosidade de perceber qual o limite, o número máximo de desilusões que um coração pode suportar. Não sinto que tenha atingido esse limite, ainda. Sinto que todas essas características que retratam o que é sentir algo parecido com amor, não parecem encaixar em mim. Sinto que tenho passado ao lado. Ao lado do amor. Ao lado de todos aqueles que realmente mo poderiam ter dado. Me tivessem feito senti-lo. O verdadeiro e mais puro amor. Não digo isto com arrependimento ou mágoa de alguma escolha feita, sim por ter aprendido com cada experiência. Desvalorizar a procura de alguém para passar parte ou o resto da vida, há muito que deixou de ser uma prioridade para mim. Não, não digo isto por não considerar importante ter com quer partilhar cada momento, mas por tê-lo sobrevalorizado durante tanto tempo. Estou sem amor. Da ponta dos cabelos até às pontas dos pés. Sinceramente, esqueci-me o que é estar de outra maneira. E digo isto resolvida com o passado e confiante no amanhã.