Pieces * Ausência

É difícil viver com ausência de alguém. Em momentos específicos da nossa vida, o vazio torna-se maior. Custa a respirar. Por segundos, dávamos tudo por mais um abraço, por mais um carinho, por mais uma memória, juntos. Seja essa ausência para sempre, seja por motivos razoáveis, seja por futilidades ou ciúmes, o vazio que alguém nos deixa é permanente e doloroso. Todos os dias. Todos os dias sentimos saudades. Sentimos falta. E quando o silêncio inesperado nos cobre, é quase insuportável, quase impossível, sobreviver ao passado que teima em repetir-se na nossa cabeça. As coisas boas que passámos. Os sorrisos. As conversas. Os desabafos. As brincadeiras. O dia-a-dia. A importância que alguma vez essa pessoa teve para nós. E, de repente, foi-se. É como um fantasma que nos assombra, sem presença física, mas com a força para nos tombar e prender ao chão. Acho que toda a gente sabe o que é sentir a falta de alguém e, independentemente do porquê, sabe o que é desejar não o saber. Eu sinto a falta deles. Sei que dava tudo para os ter aqui, para voltar atrás no tempo e escrever o que aconteceu de outra maneira. Porque ninguém consegue preencher o lugar deles. Ninguém consegue substituí-los. É nestas alturas que condeno a vida por ser tão injusta. Por me ter retirado estas pessoas do meu mundo. Talvez um dia as coisas se acertem, com perdão e sem rancores, e a ausência deles deixe de fazer parte dos meus dias.

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