Pieces * Ingenuidade perdida
Não sou diferente de ninguém. Tudo o que me acontece tem lugar nos meus pensamentos. Tudo de bom e de mau que passa pela minha vida, não desaparece. Eu não quero que isso aconteça. Aprender com o passado implica não esquecer os teus erros e os dos outros. Implica em cada momento do presente. Faz duvidar de muita coisa. Mas eu gosto disso. Eu gosto de ter certos medos. Medo de cometer os mesmos erros. De me entregar de mais. De me deixar cegar pelo que não existe. Sinto que sou mais racional. Sinto-me mais sábia. Sinto que consigo ver a realidade mais claramente. De certa forma, deixei de ser tão ingénua e ainda bem. Estava na hora deste jogo ser composto por jogadores com a mesma capacidade de discernimento e lógica. Em algumas ocasiões, pode parecer um pouco masoquista, viajar até a um passado menos bom, mas no fim da viagem faz sentido. Faz com que eu consiga encarar o presente de outra maneira. Talvez tenha aprendido a controlar e a comandar os meus impulsos. O que digo, digo com um objectivo. O que faço, faço com um propósito. O de agradar e concretizar-me. Houve muitas horas em que não o fiz, à procura de algo que não existia. Sem olhar a meios para atingir determinado fim. Pelo caminho tropecei tantas vezes, prova de não era ali que era suposto estar. Hoje, é agora ou nunca. Mas sem esquecer os caminhos pelos quais já me cansei de tropeçar.